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Futuro dos programadores, as interfaces touch e o reconhecimento de vídeo

Já publiquei neste blog pelo menos dois artigos sobre o futuro dos programadores (se você ainda não os leu, talvez ache interessante dar uma olhadinha neles: artigo 1; artigo 2). Gosto muito de pensar sobre esse tema e vislumbro muitas mudanças na demanda por programadores. Não que eu esteja disposto a me preparar para isso. Já tive minha época de nerd que estava sempre atualizado com as novidades das linguagens de programação e seus respectivos SDKs. Mas gostaria de ajudar os milhares de jovens que estão entrando no mercado de trabalho a tomar um rumo na vida. E esse rumo da programação, meus amigos, está diretamente relacionado com as interfaces touch e o reconhecimento de vídeo.
Interfaces touch
Ninguém pode negar que as intefaces touch significaram um grande avanço tecnológico. Só que o sucesso delas não se deve à tecnologia touch em si (os dispositivos de entrada e saída), mas às novas interfaces. E a preocupação dos fabricantes agora é aproveitar o pleno potencial touch para melhorar a usabilidade e a percepção de valor por parte dos usuários. Nisso, os novos celulares estão cada vez melhores. Tirando a interface da Apple, que dispensa comentários, tenho notado que as demais interfaces estão cada vez melhores. A HTC, por exemplo, está oferecendo um Android muito rico. E agora é a vez da Motorola também entrar forte no mercado com o Dext. A Nokia, apesar de ter na minha opinião a melhor interface não-touch, infelizmente ainda não conseguiu abandonar certos paradigmas para aproveitar plenamente o potencial touch. Eu sei que esse meio é extramente competitivo e muitas melhorias por parte de um fabricante acabam esbarrando em patentes da Apple ou outra grande empresa. Mas a concorrência, já que está atrasada, precisa fazer um esforço de criatividade maior se deseja acompanhar a evolução desse mercado. Por tudo isso, prezado programador, é hora de abandonar aqueles tradicionais programinhas com interfaces baseadas em formulários e partir para o desenvolvimento de aplicações mobile com interface touch. Baixe os SDKs dos principais fabricantes e mergulhe de cabeça nesse mundo. Conhecimentos de design são extramente importantes. Emprego não vai faltar, pode acreditar!
Reconhecimento de vídeo
Outra coisa que estamos percebendo no mercado, é a crescente oferta de desktops com grandes monitores do tipo touchscreen. Alguns desses desktops já estão até sintonizando canais de TV, inclusive os digitais. Ao passo que a interface dessas máquinas for melhorando e elas forem se popularizando cada vez mais, uma nova mudança vai acontecer. Além do PC do escritório ou quarto, as famílias vão ter um outro desktop na sala também, no lugar da televisão. Só que, nesse ponto, a interface touch não será suficiente para o sucesso dessas máquinas. Afinal, ninguém vai querer ficar grudado no monitor da sala e sim sentado no sofá. Controle remoto, nem pensar. Essa porcaria, baseada em comunicação por infravermelho que vive falhando, já não é suficiente para comandar todos os recursos que são oferecidos por essas máquinas. Talvez até os fabricantes ofereçam verdadeiros iPods touch que sirvam como controles remotos baseados em bluetooth ou wi-fi. Só que não vai passar de um quebra-galho. A grande revolução será mesmo o reconhecimento de vídeo. Adeus teclados. Adeus touchscreen. Adeus controle remoto. Toda a interface com o usuário será baseada no reconhecimento de vídeo. Vídeo do quê? Dos movimentos das pessoas sentadas no sofá em frente da televisão, digo, do computador. Lembrou do Projeto Natal? É disso mesmo que estou falando.
Mais reconhecimento de vídeo
Na verdade, o reconhecimento de vídeo irá muito além de simplesmente controlar um computador ou vídeogame. Diversos outros avanços tecnológicos dependem de avanços contínuos nos softwares de reconhecimento de vídeo. Robores, carros com piloto realmente automático, sistemas de vigilância, sistemas analisadores de comportamento, tudo isso depende do reconhecimento de vídeo (e, obviamente, estamos falando também do reconhecimento do som do vídeo). Porque tudo isso ainda não faz parte do nosso cotidiano? Simplesmente porque ainda existem muitos problemas envolvendo reconhecimento de vídeo por serem resolvidos. Ou seja, precisamos de mais programadores pesquisando sobre isso e oferecendo soluções. Tratam-se de sistemas extramente complexos e pesados. Ainda estamos engatinhando nessa área.
Uma idéia prática para quem está desempregado: escolha um problema para resolver que esteja relacionado com interfaces touch ou reconhecimento de vídeo, monte um projeto e apresente-o a alguma instituição que queira investir nele. Tenho certeza que você será bem sucedido!
Aguardo os comentários de vocês sobre tudo isso.

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