Existe um senso comum entre os economistas que um aumento contínuo da inflação geralmente vem acompanhado de desenvolvimento econômico. Quando a inflação vem acompanhada do contrário, ou seja, de uma retração da economia, o resultado é quase certo: crise econômica.
O Brasil já vive uma espécie de crise há muitos anos. Dizem, inclusive, que já estamos acostumados com isso, e que o pior não virá. Mas não é isso o que os números indicam. A indústria está se retraindo, demissões estão ocorrendo, e o comércio, que fica na outra ponta, já começa a sentir os efeitos e mais demissões logo virão. As grandes crises sempre são acompanhadas de demissões. Por quê? Simplesmente porque quem tem dinheiro precisa proteger seu capital e as demissões servem para evitar prejuízos. Além disso, em toda crise o dinheiro fica mais escasso, então a tendência é que os juros se elevem. Com juros altos e o mercado em retração, é muito melhor para quem tem dinheiro parar de produzir e colocar seu dinheiro no banco. E os trabalhadores que se lascam. Só que com as demissões, os poucos empresários que continuam produzindo aumentam ainda mais seus preços, já que a oferta diminuiu também. E o ciclo vicioso está estabelecido. Somente mudanças radicais são capazes de tirar um país de uma crise como essa. E o Brasil em breve vai entrar em uma crise exatamente assim!
Diante disso tudo, a única certeza é que muito provavelmente eu, você e muitos outros vão perder o seu emprego. Será que nós estamos preparados para isso? Este artigo tem o objetivo de ajudar a nos preparar para isso.
Não contraia dívidas
A primeira coisa que você tem que fazer diante de uma crise é não contrair novas dívidas. Mas se você já tem alguma, não antecipe. Você pode precisar desse dinheiro durante a crise, até para o que eu vou falar a seguir.
Você tem uma profissão [de verdade]?
Em uma crise, apesar de o dinheiro ficar escasso, as pessoas em geral continuam precisando de muitos produtos e serviços. Os muito ricos, por exemplo, às vezes até mantém seu padrão de vida exatamente como antes. Então oportunidades sempre existirão. Mas em geral elas vão exigir um pouco de empreendedorismo da nossa parte. E ter uma profissão é essencial. Quando digo profissão, estou me referindo a uma profissão de verdade. Uma profissão de verdade não é algo que qualquer um consegue fazer da noite para o dia. É algo que geralmente envolve estudo, especialização e prática. Vendedor de carros, por exemplo, não é profissão. Inclusive, muitos clientes quando entram em uma loja de carros às vezes conhecem os carros melhor do que os vendedores. Vendedor de roupa, então, nem deveria existir. Outro dia perguntei para um amigo se ele tinha uma profissão, e ele respondeu: Trabalho com vendas. Fiquei calado, mas é uma grande ilusão achar que vender é uma profissão. Já uma diarista que sabe passar roupa, ou cozinhar, essa sim tem uma profissão. Penso até que uma diarista merece ganhar muito mais do que muitos vendedores (e é justamente isso o que acontece). Mas não é perseguição com os vendedores não. Existe uma infinidade de outras coisas que também não são profissão coisa alguma: auxiliar de escritório, porteiro, garagista, atendente, caixa, motorista, e muitas outras coisas que todo mundo saberia fazer.
Atualmente é muito fácil ter uma profissão. A oferta de cursos técnicos é enorme, e você também pode aprender on-line pela Internet. Muitos cursos, inclusive, são gratuitos. Antes de decidir, pare para pensar. Faça uma lista de coisas que você acha que poderia fazer, de preferência coisas que você possa começar em casa. Talvez exista algo que você inclusive já saiba fazer. Por exemplo, talvez você seja um vendedor, mas goste de consertar os computadores da família e amigos de vez em quando. Porque não aprende a dar manutenção em PCs e notebooks, por exemplo? Talvez você tenha algum hobby que possa se transformar em uma profissão. Artesanato e fotografia são exemplos disso. Ou talvez você domine alguma língua, que tal dar aulas particulares, trabalhar com tradução ou turismo? São coisas a se pensar.
Invista e se posicione
Resolvido o problema da profissão, o próximo passo é investir no seu negócio. Faça cursos, compre as ferramentas, treine, pratique. Comece a fazer pequenos bicos, mesmo sem cobrar nada se for o caso. Isso vai te ajudar a pegar alguma experiência e saber se é isso mesmo que você quer. Está dando certo? Então vá em frente e invista mais. Crie um site divulgando seus serviços. Se precisar de mais gente para o seu negócio, procure envolver pessoas da sua família. Até porque eles vão ser a sua maior preocupação durante a crise. E geralmente são pessoas em quem você pode confiar.
Mas cuidado para não se empolgar e investir demais. Dê um passo de cada vez. Tente usar o máximo o que você já tem.
Seja humilde
Muitos às vezes perdem o emprego e não estão dispostos a se "rebaixarem" e aí ficam esperando um emprego do mesmo nível enquanto as finanças pessoais vão de mal a pior. Por isso, algo importantíssimo é desenvolver humildade. Uma dona de casa, por exemplo, talvez tenha que trabalhar como diarista para ajudar o marido desempregado. Um gerente, até porque ser gerente não é profissão, talvez tenha que aceitar um emprego de vendedor ganhando muito menos. Então a humildade é essencial, especialmente se você não foi sábio o suficiente para aprender uma profissão enquanto havia tempo.
[ATUALIZAÇÃO] Vou postar aqui notícias sobre o tema que encontrar.
Produção industrial cai 9% em um ano, a maior queda desde 2003
Com a estagnação do país em 2015, 1,2 milhão de pessoas serão demitidas
Mercado financeiro passa a prever queda de 1% no PIB em 2015
Sem estacionamento, seguraça e com alto custo, lojas do DF fecham as portas
Contas do governo têm pior resultado para fevereiro em 19 anos
Reajuste dos preços de remédios poderá ser de até 7,7%, diz governo
Agência autoriza aumento de 13,8% nas contas de água da Sabesp
Prejuízo da Petrobras é o maior desde 1986 entre empresas de capital aberto
Brasil passa por 'mais grave' retração em mais de 20 anos, diz FMI
1,5 milhão entra na lista de inadimplentes em 3 meses1,5 milhão entra na lista de inadimplentes em 3 meses
Endividamento das famílias chega a 46,3%, o maior em 10 anos, mostra BC
Abismo entre ricos e pobres está no pior nível em décadas, aponta FMI
[ATUALIZAÇÃO] Vou postar aqui notícias sobre o tema que encontrar.
Produção industrial cai 9% em um ano, a maior queda desde 2003
Com a estagnação do país em 2015, 1,2 milhão de pessoas serão demitidas
Mercado financeiro passa a prever queda de 1% no PIB em 2015
Sem estacionamento, seguraça e com alto custo, lojas do DF fecham as portas
Contas do governo têm pior resultado para fevereiro em 19 anos
Reajuste dos preços de remédios poderá ser de até 7,7%, diz governo
Agência autoriza aumento de 13,8% nas contas de água da Sabesp
Prejuízo da Petrobras é o maior desde 1986 entre empresas de capital aberto
Brasil passa por 'mais grave' retração em mais de 20 anos, diz FMI
1,5 milhão entra na lista de inadimplentes em 3 meses1,5 milhão entra na lista de inadimplentes em 3 meses
Endividamento das famílias chega a 46,3%, o maior em 10 anos, mostra BC
Abismo entre ricos e pobres está no pior nível em décadas, aponta FMI
Comentários
Outro ponto que me chamou atenção: VENDEDOR não é profissão!É parar pra pensar - no máximo dizer: "Estou" vendedor atualmente.
Parabéns pelo texto!